segunda-feira, 3 de março de 2008

LIBERDADE


Sabe passarinho…!
Sonhei como você é:
Vôo fácil, livre,
Livre em ser!
Sem casa, sem mobília,
Ser como você é!
Toma chuva, adora o sol,
Sem memória,
Nunca está só!

Sabe passarinho…!
Sem guerra pra sobreviver!
Vôo fácil, livre,
Sem rota em sua história.

Mas não dá para esquecer
Que já acordei
E vi você numa gaiola!
Contido, preso, enclausurado!
Com casa e mobília,
Não toma chuva,
Pouco vê o sol,
Sem memória,
Nunca está só!
Mundo estranho!

Sabe passarinho...!

Ze Simao do Interior

Um comentário:

Renato Vargas Simoes disse...

Esse Ze Simao ein? Um dia matamos um passarinho. Eu fiz o estilingue. A pedra foi bem na cabeca. Era uma coleirinha que estava sobre umas folhas de capim. Quando ela caiu no chao, ficamos mudos. Pegamos ela na mao e sua cabecinha caia para o lado. E agora? O que fazer com ela? Um sentimento muito forte tomou conta de nossa infancia. Para sempre. Jogamos a coleirinha no mato, com a alma cheia de esperanca que ela, uma hora qualquer, voltasse a voar. E, com certeza ela voltou a voar! Quando li esse poema imaginei a coleirinha acordando, sacudindo as penas e voando livre, para um lugar muito bonito, esperando por nos, um dia...