domingo, 16 de novembro de 2008

É preciso não esquecer nada


É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.

É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.

O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.

O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.

O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.

Cecília Meireles

3 comentários:

Mônica Carvalho disse...

Meu amorrrrrrrr...que bom vc por aqui. Que muito bom....Vou ler tudo com calma. Já adicionei seu blog no meu. Bjo do tamanho do mundo

Renato Vargas Simoes disse...
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Renato Vargas Simoes disse...

So nao podemos esquecer que, as vezes, nao lembramos o que esquecemos. Que coisa, nao? Vou tentar lembrar. Ou nao esquecer.