sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A porteira do sentir


O Meu Olhar

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

Alberto Caeiro

3 comentários:

Renato Vargas Simoes disse...

Keka!!!!!! Que poesia bonita!

Sany disse...

Oi Amigona, aquelas fotos sao em Chicago sim, td muito lindoooo...e o dia de acao de gracas eh quinta feira, vao fazer um almoco na casa da giu...saudades millllll beijoss

Anônimo disse...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Legal me dar conta disso! Gostei!
Juli.